Sobre Nelson Mandela
Na autobiografia "Longo caminho para a liberdade", nos anos 1990, o líder sul-africano Nelson Mandela foi questionado sobre quem gostaria de ver fazendo o seu papel no cinema. A resposta foi rápida: "Morgan Freeman". Quase 20 anos depois, esse desejo foi atendido.
Invictus - O Filme.
É um misto da autobiografia do líder político com o livro "Playing the Enemy", de John Carlin, que focaliza um momento particular na conciliação da África do Sul pós-apartheid: a realização da Copa Mundial de Rugby, que o país venceu, contra todos os prognósticos. A vitória serviu como elemento de união nacional.
Resumindo a história
Após 27 anos de prisão, em fevereiro de 1990, Mandela recupera sua liberdade. Quatro anos depois, é eleito o primeiro presidente negro da história de um país onde, por décadas, a maioria negra não tinha quaisquer direitos políticos, sociais e econômicos.
O país está tenso e dividido. De um lado os negros e a ânsia de ocupar seu espaço e, em alguns casos, em busca da vingança. Do outro, os brancos, elite econômica e cultural da nação, com aversão ao novo governo.
Como líder, Mandela sabe que antes de satisfazer aos dois lados terá que conquistá-los. E enxerga como oportunidade única a Copa Mundial de Rugby. Esporte branco por excelência, o Rugby é desprezado pela maioria negra, que torce ostensivamente por todo e qualquer adversário do time nacional nas competições. Para piorar, a seleção não entrega resultado e tem no time apenas um jogador negro.
Assim, convida para um chá da tarde na casa presidencial o capitão do time de Rugby, François Pienaar. O presidente serve o chá para o capitão e conversa com ele estimulando seu pensamento. O capitão sai do encontro intrigado, e chega à conclusão de que Mandela quer que o Time ganhe o campeonato. Tarefa que, neste momento, parece simplesmente impossível.
A atitude do presidente confunde não só Pienaar, prestigiado membro da elite branca, como seus próprios colaboradores negros. Nenhum dos lados entende a intenção deste esforço. Considerando fútil e desnecessária a dedicação do presidente ao esporte, enquanto o país sobrevive de forma precária.
Ainda que o Rugby e a política sul-africana sejam assuntos desconhecidos, durante os jogos, o filme enfatiza o seu aspecto de disputa de vida ou morte, detalhe com o qual qualquer fã de esporte coletivo identifica à primeira vista. Assim, não é preciso entender as regras do Rugby, muito menos gostar do esporte, para acompanhar a história e envolver-se com a enorme batalha protagonizada por Mandela, fora do campo, e Pienaar, dentro dele.
Ao explorar as tensões de um país desigual e dividido social, cultural e racialmente, colocando em primeiro plano o esforço de um líder conciliador e visionário, "Invictus" cria paralelos com diversas outras situações e países, em vários momentos da história.
Análise
Faço analogia a um pensamento de Freud na postura de Mandela durante o chá com o capitão, estimulando pensamentos e perturbando conceitos. Exerceu o papel do líder integral, conduzindo Piennar a se dedicar e ter entusiasmo no cumprimento do objetivo, mantendo foco para que o futuro anunciado acontecesse. A vitória da copa de Rugby é a representação do coletivo.
Ofereceu uma causa – Unir o país através do esporte.
Formou outro líder – Piennar, o capitão do time.
Liderou 360 graus – Tendo como objetivo o coletivo.
Fez acontecer – Criou oportunidades para entrosar o time com a nação. Um time de maioria branca, num país pós Apartheid, que foi inicialmente obrigado a ensinar Rugby para a periferia. A idéia que inicialmente parecia insana, fez com que os jogadores se tornassem populares. Aumentou a torcida, engajou o time e a população e com isso a liderança na copa passou a ser um objetivo comum.
Inspirou pelos valores – Inspirou o líder por sua humildade ao servir o chá. Em outro momento ao ser questionado pelo capitão sobre sua verdadeira intenção, ele disse que era unir o país, e não priorizar os negros. Questionado por toda violência política que havia sofrido pelos brancos, responde que isto é passado na história da África do Sul.
Mandela influenciou o capitão e o time através do consenso e da confiança por identificação. Em uma semifinal foi assistir o jogo com camisa e boné do time. Decorou o nome de todos os jogadores, tendo como objetivo chamá-los pelo nome num possível encontro. Tornando-se próximo e fazendo-os sentir importantes. Desceu ao centro do estádio, mesmo sofrendo risco de atentados ao seu governo, cumprimentou cada jogador pelo nome, acenou para o público, e voltou ao seu lugar. Mostrando seu apoio incondicional ao time.
Em outra oportunidade, questionado em como conseguiu passar 27 anos preso em uma cela minúscula, disse que sua força e inspiração vinham de poemas. Esta atitude fez com que o capitão fosse até a prisão onde Mandela esteve e visitasse sua cela, refletindo sobre os possíveis sentimentos, aumentando ainda mais a admiração do capitão pelo líder. Na final do campeonato, o Presidente entregou o poema “Invictus” ao capitão, e ele foi lido ao time antes do jogo.
A motivação do time foi interna, o engajamento coletivo. A forma de pensar do time e da nação foi alterada por uma soma de atitudes que fizeram a diferença, tendo como conseqüência o primeiro lugar na Copa Mundial de Rugby, e num primeiro momento a união e aceitação de uma nação.
Na autobiografia "Longo caminho para a liberdade", nos anos 1990, o líder sul-africano Nelson Mandela foi questionado sobre quem gostaria de ver fazendo o seu papel no cinema. A resposta foi rápida: "Morgan Freeman". Quase 20 anos depois, esse desejo foi atendido.
Invictus - O Filme.
É um misto da autobiografia do líder político com o livro "Playing the Enemy", de John Carlin, que focaliza um momento particular na conciliação da África do Sul pós-apartheid: a realização da Copa Mundial de Rugby, que o país venceu, contra todos os prognósticos. A vitória serviu como elemento de união nacional.
Resumindo a história
Após 27 anos de prisão, em fevereiro de 1990, Mandela recupera sua liberdade. Quatro anos depois, é eleito o primeiro presidente negro da história de um país onde, por décadas, a maioria negra não tinha quaisquer direitos políticos, sociais e econômicos.
O país está tenso e dividido. De um lado os negros e a ânsia de ocupar seu espaço e, em alguns casos, em busca da vingança. Do outro, os brancos, elite econômica e cultural da nação, com aversão ao novo governo.
Como líder, Mandela sabe que antes de satisfazer aos dois lados terá que conquistá-los. E enxerga como oportunidade única a Copa Mundial de Rugby. Esporte branco por excelência, o Rugby é desprezado pela maioria negra, que torce ostensivamente por todo e qualquer adversário do time nacional nas competições. Para piorar, a seleção não entrega resultado e tem no time apenas um jogador negro.
Assim, convida para um chá da tarde na casa presidencial o capitão do time de Rugby, François Pienaar. O presidente serve o chá para o capitão e conversa com ele estimulando seu pensamento. O capitão sai do encontro intrigado, e chega à conclusão de que Mandela quer que o Time ganhe o campeonato. Tarefa que, neste momento, parece simplesmente impossível.
A atitude do presidente confunde não só Pienaar, prestigiado membro da elite branca, como seus próprios colaboradores negros. Nenhum dos lados entende a intenção deste esforço. Considerando fútil e desnecessária a dedicação do presidente ao esporte, enquanto o país sobrevive de forma precária.
Ainda que o Rugby e a política sul-africana sejam assuntos desconhecidos, durante os jogos, o filme enfatiza o seu aspecto de disputa de vida ou morte, detalhe com o qual qualquer fã de esporte coletivo identifica à primeira vista. Assim, não é preciso entender as regras do Rugby, muito menos gostar do esporte, para acompanhar a história e envolver-se com a enorme batalha protagonizada por Mandela, fora do campo, e Pienaar, dentro dele.
Ao explorar as tensões de um país desigual e dividido social, cultural e racialmente, colocando em primeiro plano o esforço de um líder conciliador e visionário, "Invictus" cria paralelos com diversas outras situações e países, em vários momentos da história.
Análise
Faço analogia a um pensamento de Freud na postura de Mandela durante o chá com o capitão, estimulando pensamentos e perturbando conceitos. Exerceu o papel do líder integral, conduzindo Piennar a se dedicar e ter entusiasmo no cumprimento do objetivo, mantendo foco para que o futuro anunciado acontecesse. A vitória da copa de Rugby é a representação do coletivo.
Ofereceu uma causa – Unir o país através do esporte.
Formou outro líder – Piennar, o capitão do time.
Liderou 360 graus – Tendo como objetivo o coletivo.
Fez acontecer – Criou oportunidades para entrosar o time com a nação. Um time de maioria branca, num país pós Apartheid, que foi inicialmente obrigado a ensinar Rugby para a periferia. A idéia que inicialmente parecia insana, fez com que os jogadores se tornassem populares. Aumentou a torcida, engajou o time e a população e com isso a liderança na copa passou a ser um objetivo comum.
Inspirou pelos valores – Inspirou o líder por sua humildade ao servir o chá. Em outro momento ao ser questionado pelo capitão sobre sua verdadeira intenção, ele disse que era unir o país, e não priorizar os negros. Questionado por toda violência política que havia sofrido pelos brancos, responde que isto é passado na história da África do Sul.
Mandela influenciou o capitão e o time através do consenso e da confiança por identificação. Em uma semifinal foi assistir o jogo com camisa e boné do time. Decorou o nome de todos os jogadores, tendo como objetivo chamá-los pelo nome num possível encontro. Tornando-se próximo e fazendo-os sentir importantes. Desceu ao centro do estádio, mesmo sofrendo risco de atentados ao seu governo, cumprimentou cada jogador pelo nome, acenou para o público, e voltou ao seu lugar. Mostrando seu apoio incondicional ao time.
Em outra oportunidade, questionado em como conseguiu passar 27 anos preso em uma cela minúscula, disse que sua força e inspiração vinham de poemas. Esta atitude fez com que o capitão fosse até a prisão onde Mandela esteve e visitasse sua cela, refletindo sobre os possíveis sentimentos, aumentando ainda mais a admiração do capitão pelo líder. Na final do campeonato, o Presidente entregou o poema “Invictus” ao capitão, e ele foi lido ao time antes do jogo.
A motivação do time foi interna, o engajamento coletivo. A forma de pensar do time e da nação foi alterada por uma soma de atitudes que fizeram a diferença, tendo como conseqüência o primeiro lugar na Copa Mundial de Rugby, e num primeiro momento a união e aceitação de uma nação.
O poema - Invictus
“Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.”
Eu sou o comandante de minha alma.”
Wiliam Ernet Henley
Postado por Ana Vicente
Talvez em alguma fase de nossas vidas ou em algum lugar que vamos passar, seremos privilegiados de conhecer ou ter lideres como Mandela, que mostra aos seus o potencial de cada um e que trabalha em prol do sucesso de todos.
ResponderExcluirComentado por: Cristina Zafred
Mandela é um exemplo de líder, um exemplo de vida!
ResponderExcluirTodos que almejam ser líderes devem conhecer e espelhar-se na história dele.
Comentado por Patrícia Rodrigues Correia