quarta-feira, 4 de agosto de 2010


Desde que começamos o trabalho de montar o Blog, Ana, amiga do MBA vem me incentivando a postar aqui, um conhecimento que adquiri ao longo desses anos que estou atuando como Enfermeira do Trabalho. Hoje nas grandes corporações, as Doenças Mentais já fazem parte do nosso dia-a-dia de atendimento. E eu tenho buscado continuamente me atualizar sobre o assunto, para que eu possa oferecer sempre um atendimento de qualidade e excelência aos meus colaboradores.
Compartilho aqui com vocês um material sobre Síndrome de Burnout, inclusive comentei sobre isso nas primeiras aulas do Brandão.
Caso tenha alguma dúvida ou queira saber mais entre em contato: criszafred@uol.com.br



A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional).
O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.
Essa síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).
Outros autores, entretanto, julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do estresse genérico. Para nós, de modo geral, vamos considerar esse quadro de apatia extrema e desinteresse, não como sinônimo de algum tipo de estresse, mas como uma de suas conseqüências bastante sérias.
De fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, as observações já se estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas à avaliações.
Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.
Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.
Os autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho. Entretanto, pessoalmente, julgamos que essa Síndrome de Burnout seria a conseqüência mais depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho.
Os sintomas básicos dessa síndrome seriam, inicialmente, uma exaustão emocional onde a pessoa sente que não pode mais dar nada de si mesma. Em seguida desenvolve sentimentos e atitudes muito negativas, como por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade afetiva.
Finalmente o paciente manifesta sentimentos de falta de realização pessoal no trabalho, afetando sobremaneira a eficiência e habilidade para realização de tarefas e de adequar-se à organização.
Esta síndrome é o resultado do estresse emocional incrementado na interação com outras pessoas. Algo diferente do estresse genérico, a Síndrome de Burnout geralmente incorpora sentimentos de fracasso. Seus principais indicadores são: cansaço emocional, despersonalização e falta de realização pessoal.

Quadro Clínico
O quadro clínico da Síndrome de Bornout costuma obedecer a seguinte sintomatologia:
1. Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais.
2. Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado.
3. Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral.
4. Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima.
5. É freqüente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família.
6. Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Bornout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se referem à fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc.
7. Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.
Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade entre as empresas, vejamos agora algumas situações mais comumente relacionadas ao estresse no trabalho, de um modo geral.
Considera-se a Síndrome Bornout como provável responsável pela desmotivação que sofrem os profissionais da saúde atualmente. Isso sugere a possibilidade de que esta síndrome esteja implicada nas elevadas taxas de absenteísmo ocupacional que apresentam esses profissionais.
Segundo pesquisas (Martínez), a epidemiologia da Síndrome de Burnout tem aspectos bastante curiosos. Seu detalhado trabalho mostrou que os primeiros anos da carreira profissional seriam mais vulneráveis ao desenvolvimento da síndrome. .
Há uma preponderância do transtorno nas mulheres, possivelmente devido à dupla carga de trabalho que concilia a prática profissional e a tarefa familiar. Com relação ao estado civil, tem-se associado à síndrome mais com as pessoas sem parceiro estável.

Postado por: Cristina Zafred Zanaga

6 comentários:

  1. Cris,
    A Ana está certa, se cada um de nós tivessemos a iniciativa de colocarmos o que cada um tem de experiência e dividir esse conhecimento(afinal estamos falando de conhecimento)seria muito interessante...Estamos nos curso de MBA e poucos de nós conseguimos saber o que outro faz e o que poderíamos fazer para contribuirmos.Essa síndrome tem até um nome "chic" porém faz um estrago danado...Obrigada pela informações Cris.
    Flávia Tonsa

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  2. Cris, seu post traz uma questão muito importante. Vejo que o nosso contexto de trabalho e vida atual pode levar ao adoecimento físico e psicológico. No entanto, muitas pessoas se aproveitam dessa onda para se afastar do emprego e continuar recebendo por ele (as vezes até trabalhando informalmente em outro lugar).
    Entendo que quanto mais conhecermos e nos informarmos a respeito desse tema, melhor conseguiremos buscar alternativas de prevenção e de lidar com as questões atuais adequadamente.

    Por favor, nos alimente sempre com seus conhecimentos! Adorei o post!

    Abraços,

    Patrícia Dias
    GC News

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  3. Cris,
    Obrigada por compartilhar esta informação. Penso ser muito importante sabermos, pois tenho a sensação de estarmos muito expostos a esta síndrome.

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  4. Ola, achei super interessante, pois não conhecia esta síndrome, trabalho no departamento de RH e não gostei nadinha de saber que pode nos afetar e esta história de atingir mulheres com dupla jornada de trabalho e sem parceiro estável. Não gostei muito não. Mas voltanto ao tema muito bom, adorei o post e agradeço por dividir teus conhecimentos.
    Beijos
    Carla Alves

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  5. Achei super importante o tema abordado . Afinal sabemos na prática os efeitos da vida dentro das empresas e no mercado de trabalho .

    Cassiana Gomes Clemente

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  6. Cris, seu post é extremamente pertinente para os dias que vivemos, e as gerações que estamos encontrando, se não tomarmos cuidado, podemos chegar nessa sindrome sem percebemos.Compartilhar essa materia é alertar a um problema que enfrentamos diariamente.

    Parabens
    Juliana Pires

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